MÁRCIO FALCHET Entrevista Musical
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Por Renato Cortonesi Musical Sun, São
Paulo-Brasil, data: 06/01/2005
A música brasileira está carente de
novos e bons talentos. E quando nos deparamos com um extraordinário
talento, ficamos satisfeitos em dobro. O guitarrista Márcio Falchet já é
reconhecido no Brasil e no exterior, com ótimas críticas sobre seu
primeiro trabalho, sendo comparado a ícones, como Yngwie Malmsteen e Steve
Vai. Márcio, além de músico, é produtor, compositor, intérprete, enfim,
conhece tudo e mais um pouco de música. Acompanhe esta entrevista que
fizemos com o mais novo “guitar hero” brasileiro.
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Márcio Falchet - Foto tirada
por: Fernando Winarski |
1) Como surgiram as primeiras
idéias para a concepção do seu disco de estréia?
Desde
minha infância eu queria me tornar um grande músico. Era um objetivo meu,
e sabia que, uma hora ou outra, eu iria fazer minha carreira solo. Eu tive
várias bandas desde minha infância, e com isso fui amadurecendo como
músico e como pessoa, e acredito que tanto no meu plano mental de
visualizar este objetivo, bem como em minhas experiências de vida, e
estudos musicais diários, foram fundamentais para minha evolução neste
caminho de seguir carreira solo. As idéias do disco foram surgindo
naturalmente, pois componho de uma forma totalmente espontânea, mas sempre
canalizo minha mente, para cumprir minhas metas como músico. Ter
organização, profissionalismo, “humildade”, e saber analisar-se procurando
sempre pelo melhor caminho, é fundamental a qualquer músico que queira
fazer um trabalho sério.
2) Conte-nos como você
iniciou sua carreira musical.
Através da minha vontade em
querer aprender música, e através do meu pai que me ensinou música.
Com 1 ano de idade, eu já brincava com um violão de nylon dele. Logo
depois comecei a tocar várias músicas, e dos 5 aos 7 anos é que comecei a
levar a música mais a sério. Eu sempre escutava o meu pai tocando músicas
clássico-eruditas e cantando músicas populares em minha casa, além do fato
de eu vê-lo compondo músicas, e tudo isso foi muito marcante em minha
vida, pois vivi este universo mágico que a música nos mostra a cada dia.
Com mais ou menos doze anos de idade, eu já ensinava música, e já tinha
muitas bandas de rock e blues pelo bairro, onde sempre eu era o mais novo
da turma. Com o passar do tempo fui me aprimorando musicalmente, e sempre
me destacando como guitarrista e compositor. Um dos meus sonhos de
infância era um dia poder sair na revista Guitar-Player USA, fazer meus
álbuns, turnês, e viver de música.
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Márcio Falchet com 1 ano de
idade - Foto tirada por: Pedro Falchet
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3) Percebemos fortes
influências de música clássica e erudita em seu trabalho. Comente um pouco
à respeito e quais são suas outras influências?
A música
clássico-erudita é fundamental a todos os tipos de música. Eu gosto muito
de J.S. Bach, Mozart, Beethoven, Vivaldi, Händel, Frédéric Chopin, Nicolo
Paganini, Liszt, etc. A música clássico-erudita é muito rica em
técnica e informações musicais que são alicerces a qualquer música
moderna. Também gosto muito de Beatles pela magnífica musicalidade.
Já na guitarra, gosto de Ritchie Blackmore e Malmsteen.
É um
caminho natural para mim que eu fosse seguir esta tendência em minhas
composições, tendo grande influência da música clássico-erudita, pois são
“também” minhas raízes. Além do que, eu sempre gostei muito desse tipo de
música. Minha família sempre foi muito musical, e sempre nos reunimos para
tocar e cantar. Sou descendente de austríacos, franceses e italianos; onde
nasceram Amadeus Mozart (austríaco), Joseph Haydn (austríaco-e professor
de Beethoven), Frédéric Chopin (seu pai era francês) , Nicolo Paganini e
Vivaldi (italianos), e também; a música de J.S.Bach no período Barroco
teve forte influência da música italiana, etc...... e..........
Eu
acredito que tudo isso me levou a fazer a música que faço hoje em dia, “é
uma soma” de informações e experiências de vida.
4) Inclusive, a conceituadíssima
revista Guitar Player USA fez uma analogia do seu trabalho para a guitarra
ao trabalho do fantástico e fenomenal violinista Paganini (O maior gênio
de todos os tempos do violino). O que você achou disso? E também muitos
músicos de peso como Goran Edman (que cantou na banda do guitarrista
Yngwie Malmsteen), Rob Rock, Billy Sheehan, Charlie Dominici “vocalista da
formação original da banda Dream Theater” (que declarou recentemente ser
Márcio Falchet o artista preferido dele), e outros que tecem elogios a
você, e........Etc..., Conte-nos o que você pensa de tudo isso que está
acontecendo em sua carreira.
Eu fico
muito contente com tudo isso!!! Isto é a colheita do meu trabalho, que foi
feito com muito empenho, amor e dedicação, mas é necessário “sempre”
manter os pés no chão e ter “sempre” humildade.
5) O disco foi gravado de
maneira independente. Qual o motivo de não ter tido o apoio de uma
gravadora?
No início de minha adolescência, eu tive o
convite para fazer dois trabalhos que envolveriam grandes gravadoras, só
que não aceitei, pois não era o estilo musical que eu queria fazer e
seguir. O motivo pelo qual não tive o apoio de uma gravadora para o
lançamento do meu primeiro disco, é que no Brasil as oportunidades são
poucas, e eu também, não deixo de fazer uma música verdadeira por nada. Se
eu não pensasse assim, eu teria participado dos projetos que acabei de
falar. O meu primeiro disco é independente por enquanto, pois estamos
em negociação com grandes gravadoras para fazer um relançamento com nova
capa e novos ajustes, e o segundo CD já está garantido. Eu digo
sempre: “Não esperem pelas oportunidades, façam com que as oportunidades
apareçam. Busquem por seus objetivos!”.
6) O que mudou em sua
carreira após o lançamento do álbum?
A cada dia mais, o
meu público aumenta em todo o mundo. Nos Estados Unidos (a terra da
guitarra e do rock) estou conseguindo cada vez mais espaço, bem como na
Espanha, Itália, Alemanha, Coréia, China, Japão, Filipinas, México, Chile,
etc................... E em nosso querido BRASIL, bem como em outros e
outros países!!!!!!!!
7) Como está sendo feita a
distribuição do disco fora do Brasil?
A distribuição está
sendo feita por algumas gravadoras e lojas brasileiras, então o CD chega
lá fora como importado, mas estamos negociando vários licenciamentos para
baratear o preço do CD no mercado internacional.
8) Em toda Europa e no mundo
todo você é considerado o Guitar Hero do Brasil. Como está a repercussão
do disco no exterior, junto ao público e a mídia especializada?
Fico muito contente, pois eu amo o meu país e tenho muito
orgulho de ser brasileiro!!! A repercussão está sendo cada vez melhor,
pois meu público “dia a dia”, vem aumentando no mundo todo, e acredito que
com este segundo CD, tudo irá melhorar muito mais!
9) A aceitação do trabalho
aqui no Brasil está acontecendo da maneira que você esperava?
Sim, mas poderia ser melhor, “não só para mim”, mas “para todos”
os que fazem uma música verdadeira, caso a mídia aberta, cedesse mais
espaços para nós. Aos poucos, e com a melhoria da cultura brasileira “em
se tratando de espaços”, pois a nossa cultura é imensamente rica, e o que
falta são espaços para mostrá-la, nós chegaremos lá. O espaço que se
têm na mídia aberta poderia ser mais bem distribuído, pois com isto
poderíamos levar “os vários segmentos” da nossa cultura para mais pessoas,
mas infelizmente isso “ainda” não acontece no Brasil. Mas a cada ano que
passa, isso vêm melhorando, e temos que ficar otimistas com relação a
isto.
10) Classifique seu som. Qual
é seu público alvo?
Não penso em rotular as músicas que
faço. Eu componho de uma forma totalmente natural e de expressão, penso em
“fazer música”, pois a música é uma só. Meu objetivo é atingir todas as
pessoas que gostam de uma “música verdadeira”, e de uma “verdadeira
música”.
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CD Márcio
Falchet |
11) A produção musical do seu
álbum é absolutamente impecável, mesmo sendo independente. O que
contribuiu para isso?
O fato de se ter uma gravadora ou
de ser independente não influi na “qualidade técnica” de produção musical,
pois a mesa de gravação é a mesma para todos. Desde a época em que tive
minhas primeiras bandas, sempre fazia algumas demos em estúdio, e com
isso, fui aprendendo a produzir e ficar atento quanto aos detalhes que
envolvem a magia dos sons. O que quero dizer, é que: “O que realmente
importa é saber produzir, e tirar o seu melhor, e o melhor de cada músico
que participa de um projeto”, independente de se ter gravadora ou não.
12) Além de virtuosístico
guitarrista, você trabalha com algo mais relacionado à música? Está
produzindo alguma banda?
Sou produtor musical,
instrumentista, letrista, violonista, compositor, faço engenharia de
“sons” e pesquisas nesta área, e ensino música para todos os níveis de
aluno; “ensinando todos os estilos de música”, faço arranjos musicais para
outros trabalhos que me solicitam, etc... Também canto, toco baixo,
teclado e piano, bateria, etc...Eu vivo e respiro música o dia inteiro e
em todo momento. Atualmente, estou produzindo duas bandas de rock, que
estão em fase de amadurecimento musical, mas que em breve estarão prontas
para começar as gravações.
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Márcio Falchet - Foto tirada
por Marcelo Rossi |
13) O álbum possui apenas uma
faixa cantada. Por que essa opção? Explique-nos a letra. E para o próximo
álbum será a mesma concepção de um disco basicamente instrumental?
Eu brinco que a “Light for Everything” é uma música
instrumental que é cantada, por ela ter um solo longo e uma parte vocal
mais curta, sendo o ao contrário do convencional. Chamei o extraordinário
vocalista Ronaldo Simolla para cantar esta faixa e grandes músicos:
Maurício Leite (bateria), Jotinha (baixo), Allex Bessa (teclados). Desde o
início da composição da “Light For Everything”, eu pensei em fazê-la
cantada, pois eu queria passar uma mensagem para as pessoas. Compus esta
música no piano, e depois a transcrevi para guitarra e para os outros
instrumentos, bem como para a melodia toda da parte vocal.
A
mensagem desta música “Independente de religião” é a seguinte: “Eu vivo na
felicidade, esta é a minha sentença, Nós vivemos na felicidade, essa é a
nossa sentença” (dada por Deus, o Grande Juiz> pois Deus fez todas as
pessoas para serem felizes, e se a felicidade não existe para muitos, não
é porque Deus quis assim, mas porque a humanidade muitas vezes é
gananciosa e egoísta), depois eu falo: “Eu amo o paraíso e a mim mesmo, Eu
acredito neste caminho, Nós amamos o paraíso e a nós mesmos, e cantamos
isto! Mostramos esse caminho/ Cantamos esse caminho”. (neste trecho o que
quero dizer é que temos que amar o paraíso> “amar a Deus” sobre todas
as coisas, e temos que ter amor próprio, para que então tenhamos “amor
pelo próximo”, para fazermos deste mundo, um mundo melhor para se viver!!!
E tendo tudo isso em sua mente, e seguindo isto que falo na letra, você
terá a “Luz pra tudo em sua vida”, a “Luz para todas as
coisas!!!”>>> “Light for Everything” e “cantamos isso”, “dizemos
isto a todos”.
Para o próximo álbum, estou fazendo no máximo duas
a três músicas instrumentais, e o restante, sendo de oito a dez músicas
“cantadas”, justamente pelo fato de eu querer passar algo positivo para as
pessoas através das letras.
Acabei de gravar a primeira música de
teste para o segundo CD, no “excelente” Estúdio Top Noise, e garanto que o
trabalho “deste estúdio” está muito superior ao do meu primeiro. O nome da
música é “Peace to the World”. Fiz a letra com meu amigo Michel Marcio.
Fiz esta gravação com o Allex Bessa nos
teclados (grande tecladista, e que têm uma musicalidade e feeling
extraordinários), Eduardo Garcia (um baterista excelente e muito preciso:
nota 10!), E com o cantor: Mário Pastore. O Mário ainda será muito
conhecido no mundo todo, pois é muito versátil, canta desde uma ópera até
um rock dos mais pesados, além do que, têm um alcance e extensão vocal
fora dos padrões e muito acima do normal. Além das guitarras, eu gravei o
baixo, fiz todos os arranjos e produzi a faixa e gravei alguns backing
vocals. Também fui engenheiro de som juntamente com Marcelo
Sampaio.
Em breve terei novidades a respeito
do meu 2º CD, e então poderei divulgar mais detalhes sobre os músicos que
participarão, bem como o nome da gravadora, e distribuição, etc...
14) A velocidade e a técnica
que você mostra exigiram muito estudo ou foi um processo natural?
As duas coisas. Além de ter sido um processo natural, eu tive que
estudar muito. Tenho que estudar e me aperfeiçoar sempre, “sempre”. Por
falar nisso: eu vou estudar um pouco agora..........
15) Qual equipamento você usa
para tocar?
Eu aprecio muito as guitarras modelo
Stratocaster. Utilizo Fender USA e Tagima. Gosto muito dos velhos
amplificadores Marshall “valvulados”. No meu primeiro Cd, utilizei um
Rack de efeitos ADA Mp-1 Classic, e agora estou utilizando somente um
pedal de distorção.
16) Quais são seus planos
para as apresentações ao vivo?
Fazer o melhor que estiver
ao meu alcance. Eu gosto de me envolver com as produções dos shows. Eu
aprendo muito com isso.
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Márcio Falchet - Foto tirada
por: Fernando Winarski |
17) Quais músicas do disco você acha que sairiam
melhor ao vivo?
Eu espero que todas, pois não poderia
pensar de outra forma. Quando componho uma música, sempre penso em como
ela ficará ao vivo.
18) A música “Father” é dedicada ao seu
pai?
Sim, pois meu pai é meu grande mestre! Sempre me
ensinou a ter humildade e me ensinou música de verdade: (clássico-erudita,
choro, rock, blues, mpb, country, jazz, violão espanhol... etc, etc, etc,
etc, etc, etc, etc). Meu pai foi fundamental no meu aprendizado musical,
pois além de me ensinar música, me incentivou e continua a me incentivar
muito, e isso é muito importante. Hoje ele é meu empresário, e me
ajuda em todas as questões que envolvem minha carreira musical.
Atualmente sou autodidata em música. J.S.Bach ensinou seus filhos a
tocar, o pai de Amadeus Mozart também o ensinou, e eu através do meu pai,
também tive este mesmo privilégio em minha vida.
19) Márcio, muito obrigado pela entrevista.
Desejamos muita sorte e sucesso em sua carreira e gostaríamos que você
deixasse um recado para aqueles que queiram tornar-se músicos ou que
estejam ingressando na carreira musical.
Renato, muito
obrigado a você e a todos do site Musical Sun, por esta entrevista e pela
oportunidade em poder divulgar meu trabalho! Eu digo sempre: “Lutem
por seus objetivos, tendo fé e humildade, acreditem em si próprios tendo
autocrítica “construtiva”, conquistem seus espaços com ética e
profissionalismo, estudem “sempre” e tudo o que puderem “independente de
estilos musicais”, pois a música é uma só, e façam sua parte que o mundo
fará a dele”. Muita luz a todos.
Márcio Falchet
Para informações adicionais, por favor, comunique: mfalchet@marciofalchet.net ou
escrevam para: Márcio Falchet (caixa postal: 55194 cep: 04733-970 São
Paulo-SP BRASIL) ou falar com Pedro/Empresário, em São Paulo:
(0xx11)9131-4687.
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